Desde 2014, o racismo enfrentado por empregados em seus locais de trabalho já gerou pelo menos 22.511 ações na Justiça do Trabalho brasileira. O levantamento, feito pela empresa de jurimetria Datalawyer, aponta um crescimento, ano a ano, no volume de processos trabalhistas que citam, em suas petições iniciais, termos como racismo, injúria racial, discriminação racial ou preconceito racial.
Na Justiça do Trabalho, o pedido feito por quem se considera alvo de racismo é a indenização por dano moral. Ao todo, essas mais de 22 mil ações já movimentaram R$ 4,34 bilhões.
Segundo a análise da Datalawyer, São Paulo é o estado com o maior número de casos ativos atualmente (3.754 ações), seguido pelo Rio Grande do Sul, com 1.238 ações.
Os dados também mostram que a inclusão de termos ligados ao racismo tem aumentado a cada ano. Em 2018, 1.291 processos trabalhistas tratavam de temas correlatos. Em 2022, de janeiro a 18 de novembro, já são 3.328 casos – um aumento (por enquanto) de 258%.
Houve crescimento também em relação ao ano passado. No primeiro semestre de 2021, 1.793 processos citavam essas questões. No mesmo período deste ano, foram 2.042.
Para a Justiça do Trabalho, além de ataques diretos à honra do trabalhador, como em xingamentos e constrangimentos, o racismo também pode aparecer na falta de diversidade. Em 2020, uma grande rede de laboratórios foi condenada a indenizar em R$ 10 mil uma funcionária por deixar de contemplar, em seu guia de treinamento, pessoas negras.
Diante do aumento de casos, a dúvida que fica é: será que o racismo no trabalho está aumentando? Ou o que aumentou foi o nível de percepção e de conscientização das vítimas?
Para mais conteúdo sobre racismo no trabalho, clique aqui.
*Com informações do Yahoo Notícias