Por que a representatividade é importante?
São muitas as razões para justificar a importância da representatividade, entre elas o reconhecimento e a manutenção entre igualdade e diferença, entre direitos individuais e identidade de grupos.
E por que as mulheres podem ser compreendidas como um grupo identitário? Porque todas, enquanto grupo, vivem em condições desiguais em comparação com os homens. E é justamente quando estão em grupo é que elas se organizam e se ajudam. Esta atitude se chama sororidade, que envolve empatia, solidariedade, companheirismo e respeito entre as mulheres.
A representatividade é um direito e busca por reconhecimento e reparação de discriminações históricas. Por exemplo, ao termos uma mulher no cargo da presidência de um país, cria-se no imaginário das mulheres e das meninas que outras também poderão chegar lá.
Há pouco tempo atrás o espaço público era exclusividade do homem, mas a presença das mulheres nos mais diversos ambientes sociais vem aumentando nos últimos anos. Nós fizemos um breve levantamento da representatividade feminina na política, no mercado de trabalho, na ciência e tecnologia, no cinema, na TV e na música.
Mulheres na ciência e na tecnologia
1 -As mulheres representam:
- 25% do mercado, mas são:
- 57,2% entre estudantes de graduação.
2 - Juliana Estradioto, em 2019, foi a primeira mulher brasileira a ser convidada para a cerimônia do prêmio Nobel de Ciência, na Suécia. Ela produziu plástico biodegradável a partir da casca do maracujá. Sua pesquisa ganhou relevância e ela pôde batizar um asteroide com seu nome.
Juliana Estradioto, brasileira destacada no campo da tecnologia.
3 -Cargos executivos
- Somente 11% dos cargos executivos no setor da tecnologia são ocupados por mulheres.
- Mas entre 2008 e 2016 tivemos 18% mais líderes mulheres no setor da tecnologia.
4 -Mulheres que revolucionaram o campo da Ciência e Tecnologia
- Ada Lovelace: inglesa, foi a primeira programadora do mundo.
- Marie Curie: polonesa, foi a primeira cientista a ganhar duas vezes o Prêmio Nobel.
- Hedy Lamarr: austríaca, ela inventou o sistema que serviu de base para a telefonia e o wi-fi.
Mulheres na política
A luta das mulheres na política teve um marco importante quando, há mais de 100 anos, as inglesas conquistaram o direito ao voto. No Brasil, o direito ao voto veio em 1934, porém as mulheres ocupam apenas 10% da Câmara dos Deputados e 15% do Senado, mesmo com a vigência da Lei 9.504/97, que expandiu para 30% a cota obrigatória de candidaturas femininas para cargos legislativos, exceto no Senado.
- O número de mulheres eleitas em 2018 para a Câmara dos Deputados cresceu 51% em relação a 2014.
- Tivemos a eleição de Erica Malunguinho, primeira deputada estadual trans do país, e Joenia Wapichana, primeira mulher indígena a se tornar deputada federal.
- 75% dos brasileiros reconhecem a importância da participação de mulheres no governo.Eleição de Kamala Harris em 2020, a primeira mulher a ocupar a vice-presidência dos Estados Unidos.
- Juventude: Luísa Canziani é a congressista mais jovem do brasil, eleita com 90 mil votos em 2018 para deputada federal, com 22 anos de idade.
- Iniciativa da Câmara dos Deputados, o curso "Mulheres na Política" capacita mulheres para disputar eleições.
Mulheres no mercado de trabalho
A participação das mulheres no mercado de trabalho é uma conquista inegável, mesmo com as desigualdades de salários e oportunidades em relação ao homem em alguns setores. A mulher ainda recebe cerca de 30% a menos que o homem, ocupando o mesmo cargo.
Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza.
No Brasil:
- O número de microempreendedoras dobrou em 5 anos.
- Mais de 7,9 milhões de mulheres abriram uma empresa.
- Os lares chefiados por mulheres no Brasil já chegam a 40% das casas.
- O percentual de mulheres nos cargos de liderança aumentou: 29% das empresas contam com líderes femininas.
- A participação da mulher negra no mercado de trabalho cresceu 8% nos últimos anos.
Mulheres no cinema e na TV
Cinema e televisão são duas das formas mais eficientes de se ilustrar o protagonismo feminino, pois seus conteúdos refletem a sociedade, seja na ficção, no jornalismo ou na publicidade. A representação da mulher nas telas reforça a diversidade feminina e prova que há mulheres para nos inspirar.
1 - No jornalismo televisivo, destaque para Maju Coutinho, a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional.
Maju Coutinho, jornalista da Rede Globo
2 - Cultura pop
- Mais de 20 heroínas foram introduzidas no cinema desde 2008.
- O filme “Mulher Maravilha” arrecadou 821 milhões de dólares.
- 85% das meninas querem ver mais super-heroínas na mídia.
3 - Na publicidade: 79% das mulheres associam positivamente marcas que promovem a igualdade de gênero.
Mulheres na música
Ainda existem diferenças entre mulheres e homens no mercado da música. Se observarmos as músicas mais tocadas, a programação dos festivais e os vencedores de premiações, vamos perceber uma maioria masculina. Mas como tudo, isso tem mudado nos últimos anos.
Marília Mendonça, um dos grandes nomes da música sertaneja.
- O primeiro single da cantora Iza, "Pesadão", foi a música mais tocada nas rádios do Brasil em 2016. A cantora também ficou 600 dias com a música "Dona de Mim" entre as mais tocadas do Spotify Brasil.
- Em 2019 tivemos mais mulheres entre os artistas mais tocados do mundo e mais mulheres premiadas.
- O gênero feminejo (sertanejo interpretado por mulheres) ganha cada vez mais espaço no mercado musical brasileiro.
- Aumento de 54% de inscrições femininas na União Brasileira dos Compositores.
Reflexões: Por que as mulheres representam 50% da população do Brasil e não ocupam 50% dos cargos nos governos? Devemos acabar com a rivalidade que foi colocada para as mulheres e fortalecermos o sentimento de sororidade, de união entre as mulheres, por um mundo mais justo e igualitário.
Lugar de mulher é onde ela quiser.
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